Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/07/2003
Cientistas da Universidade Ehime (Japão) apresentaram nesta semana uma nova tecnologia de limpeza de solos contaminados por metais pesados que poderá ser a solução para a recuperação de aterros sanitários ou de regiões atingidas por acidentes com produtos químicos. O que é mais interessante no novo processo é que os metais pesados são separados e podem ser reutilizados em processos industriais, eliminando a necessidade da criação de novos locais de deposição de resíduos. O método também pode ser utilizado para limpeza de águas contaminadas.
Processos convencionais de tratamentos de solos contaminados não removem metais pesados. O novo método, entretanto, é baseado em uma nova tecnologia que remove os metais pesados de maneira seletiva e os recupera no próprio local da contaminação, redepositando o solo já descontaminado no lugar, evitando a necessidade de relocalização e a retirada de solo de outro local.
A pesquisa foi financiada pela empresa Teijin e foi coordenada pelo químico Hiroshi Yamashita. O novo processo é um avanço em relação à tecnologia de processamento de resíduos da empresa, hoje utilizada para a reciclagem de produtos de poliéster que tenham atingido o solo. A tecnologia foi agora estendida para incluir compostos inorgânicos.
Antes de serem reutilizados, produtos de poliéster, como fibras e garrafas PET, devem ser quimicamente limpos, o que significa a retirada de corantes e aditivos contidos nos catalisadores utilizados no seu processo de industrialização. O que a nova tecnologia faz é, além de retirar esses produtos, separá-los e deixá-los prontos para reutilização em novos processos produtivos.
Chamado de "flotação por precipitação", o novo método faz com que os metais pesados no solo precipitem-se com elementos de ferro contidos no próprio solo, sendo então recuperados e separados. A tecnologia permite a seleção de quais metais pesados devem ser retirados, permitindo um controle ativo sobre o processo de limpeza do solo. O equipamento envolvido é de pequeno porte, podendo ser levado ao local da descontaminação, evitando a remoção de solo contaminado, o que sempre abre possibilidades para novos acidentes.
A mesma tecnologia de reciclagem é base de um lançamento revolucionário que a Teijin deverá fazer no segundo semestre deste ano: uma planta de reciclagem de plásticos PET batizada de "garrafa-a-garrafa" ou seja, produzem-se novas garrafas diretamente a partir das garrafas coletadas após o uso.