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Informática

Rede neural imita córtex humano e ativa primeiro ser humano virtual

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/07/2004

Rede neural imita córtex humano e ativa primeiro ser humano virtual

Os recentes avanços na inteligência artificial já provocaram um verdadeiro alvoroço no mundo da robótica. Pela primeira vez na história, cientistas afirmam que está se aproximando o dia em que as máquinas poderão ter "alguma" inteligência, podendo operar de forma autônoma.

Agora uma empresa norte-americana, a Artificial Development Inc., afirma ter dado um passo decisivo nesse sentido. Seus fundadores afirmam ter construído o primeiro Modelo Cognitivo Autônomo (MCA), uma representação realística do padrão de funcionamento do córtex humano. O produto, chamado CCortex, tem aplicações imediatas em mineração de dados, segurança de redes, mecanismos de busca de informações e processamento de linguagem natural.

A primeira "pessoa virtual", batizada de Kjell, foi ativada no último mês de Junho e está em estágios iniciais de testes. Kjell, que poderá vir a ser a primeira pessoa virtual autônoma e inteligente, tem como "corpo" um supercomputador de processamento paralelo, rodando o programa CCortex sobre o sistema operacional Linux.

O CCortex é um sistema que tem como objetivo imitar a estrutura do cérebro humano, com uma distribuição em camadas de redes neurais e detalhadas interconexões. O sistema roda em um supercomputador paralelo, um cluster Linux com 500 nós, 1.000 processadores, 1 terabyte de memória RAM e 200 terabytes de disco. Com 20 bilhões de neurônios e 20 trilhões de conexões, o CCortex é mais de 10.000 vezes maior do que qualquer tentativa anterior de replicar, parcial ou totalmente, as características primárias da inteligência humana e é o primeiro sistema neural a atingir um nível de complexidade capaz de rivalizar com o cérebro de um mamífero.

Rede neural imita córtex humano e ativa primeiro ser humano virtual

[Imagem: ]

Marcos Guillen, presidente da empresa, afirmou que Kjell foi projetada para funcionar como um modelo de testes, estando ainda incompleta. Ela utiliza um cortex frontal realístico, mas ainda não possui funções motoras, visuais e auditivas, que são as mais importantes estruturas do córtex. Outras estruturas, como o hipocampo, gânglios basais e sistema talâmico estão em desenvolvimento e ainda são incapazes de desempenhar a maioria das funções normais.

O ser virtual interage com os engenheiros por meio de uma tela de texto, lendo as instruções dos operadores através de um teclado e respondendo diretamente na tela, de modo muito parecido com uma sala de bate-papo. A máquina de inteligência artificial está sendo treinada por um processo de estímulo e recompensa, baseado nas regras clássicas de condicionamento. Ela é encorajada a responder a comandos simples, associando comandos com respostas corretas anteriores.

O Modelo Cognitivo Autônomo utiliza o córtex associativo para desenvolver possíveis respostas antagônicas. Grandes populações de neurônios competem por sua própria resposta até que o grupo mais forte vença os demais. A resposta "vencedora" é testada e então encorajada ou desestimulada, dependendo da sua validade.

O Modelo Cognitivo Autônomo leva em conta novas experiências e as utiliza para modificar o equilíbrio entre as respostas e a força da rota neural associada. Com isto ele cria um novo "status quo" neural com maiores chances de gerar respostas precisas. O processo é mediado por uma versão simplificada do hipocampo e dos gânglios basais, podendo ocorrer até 20 vezes por segundo.

"Em nosso modelo, o córtex frontal age como uma câmara de evolução," afirma Guillen. "Possíveis respostas competem no córtex associativo, capturando os 'votos' dos neurônios associados. Quando um vencedor finalmente emerge, ele toma o controle motor da resposta. A resposta é então testada e os neurônios tomam nota do resultado para futuras 'votações'. Em última instância, somente as melhores respostas sobrevivem ao processo."

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