Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/04/2002
Está nos filmes
Num projeto de US$185 milhões, a NASA encomendou três unidades do X-43A, um avião hipersônico que tem como missão testar a viabilidade de motores hipersônicos (mais de cinco vezes a velocidade do som).
A concepção do X-43A é tão antiga quanto os filmes do homem de seis milhões de dólares.
À parte questões inflacionárias, o problema continua o mesmo: o primeiro protótipo do avião hipersônico se desgovernou logo após se soltar do enorme B-52 encarregado de tirá-lo do chão.
Sem mesmo ter a chance de acionar o seu motor, a torre de controle foi obrigada a enviar um comando de autodestruição.
Estatojato
Este episódio aconteceu em junho do ano passado.
Agora os engenheiros da NASA afirmam ter descoberto a falha e já agendaram o vôo do segundo exemplar para o fim deste ano. O problema estava justamente no motor do protótipo.
As turbinas do aviões a jato normais funcionam a partir da compressão do ar feita por pás rotativas.
"Ramjet" é um tipo diferente de motor, que não possui partes móveis. A compressão do ar na câmara de combustão é feita pelo próprio movimento do avião. O "scramjet" (ou estatojato) funciona também segundo este princípio, mas a velocidades hipersônicas.
O combustível utilizado é o hidrogênio.
Sem túnel de vento
O testes são necessários na medida que não se consegue reproduzir todas as condições reais em testes simulados em túneis de vento.
Somente testes em ambiente real e de longa duração podem ajudar os engenheiros a entender todas as variáveis envolvidas nesta tecnologia, que poderá diminuir os tempos de viagem de aviões comerciais a uma fração do que são hoje.
O X43-A mede 3,7 metros de comprimento por 1,5 metro de largura. Espera-se que o segundo protótipo possa atingir mais do Mach 7, quebrando o recorde do X-15, de Mach 6,7, obtido em 1.967. Teoricamente ele poderá chegar a Mach 10.