Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/10/2007
Pombos-correio, morcegos, uma infinidade de pássaros migratórios, e até hamsters e tartarugas marinhas conseguem viajar longas distâncias e chegar precisamente ao ponto desejado. E eles fazem isso sem precisar de GPS.
Agora, engenheiros da Universidade da Virginia, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo tipo de sensor que poderá permitir que os humanos também possam navegar com a mesma precisão sem depender dos satélites de posicionamento global.
Posicionamento magnético
O novo sensor torna possível o posicionamento global magnético, que utiliza a variação do campo magnético da Terra ao longo da superfície do globo.
O campo magnético terrestre funciona como se houvesse um gigantesco ímã no interior da Terra, colocado ao longo do seu eixo central. As linhas desse campo magnético emergem do hemisfério sul e reentram no hemisfério norte. Para utilizar o campo magnético para o cálculo de posições, basta medir o ângulo dessas linhas em um determinado ponto e a sua intensidade.
Efeito magnetoelétrico gigante
O novo sensor explora um efeito chamado efeito magnetoelétrico gigante, que faz com que as propriedades elétricas de um material se alterem sob a influência de um campo magnético. O material utilizado é o titanato de chumbo-zircônio, que apresenta o maior efeito magnetoelétrico conhecido.
"Para aplicações de GPS, nós precisamos fazer medições em 3D, para que possamos calcular tanto o campo magnético quanto sua inclinação," explicou o pesquisador Junyi Zhai à revista New Scientist. "Nós então utilizamos três sensores, cada um perpendicular ao outro para conseguir isso."
O novo sensor apresenta uma precisão menor do que o sistema de GPS por satélites, porque os dados que ele coleta devem ser comparados com uma tabela de medições feitas localmente e essa tabela não é tão precisa. Ainda assim ele pode ser mais interessante em locais com dificuldades de recepção de satélite ou em más condições de tempo.