Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/09/2007
Destruir os vírus no interior do corpo utilizando um raio laser pode parecer uma boa idéia para filmes de ficção científica. Mas o pesquisador Shaw-Wei David Tsen, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, acaba de demonstrar que o conceito é viável e funciona extremamente bem.
Descontaminação do sangue
Hoje, quando uma amostra de sangue para transfusão precisa ser descontaminada, ela é tratada com irradiação de raios ultravioleta. O método funciona, mas deixa um rastro de células danificadas e até com mutações. Tsen, que é estudante de imunologia, discutiu o assunto com seu pai, que é especialista em raios laser. O resultado da conversa foi realmente um presente de pai para filho - "Por que você não usa raios laser?"
Os raios laser conseguem atravessar a água, que é um elemento altamente absorvedor de energia e interfere largamente com as ondas ultrassônicas. Desta forma, teoricamente, o laser conseguiria passar pelo líquido ao redor dos vírus e dar-lhes uma sacudida tão forte que eles seriam destruídos instantaneamente.
Laser pulsado destrói vírus
Da teoria à prática foi um passo. Utilizando um laser pulsado de baixa potência, Tsen conseguiu reduzir a quantidade de vírus em uma solução entre 100 e 1000 vezes. "Eu repeti o experimento várias vezes para convencer a mim mesmo que o laser funcionava tão bem," diz ele.
O laser pulsado é diferente dos lasers tradicionais, que emitem um feixe de luz contínuo. "Nosso laser envia repetidamente um rápido pulso de luz e então interrompe, permitindo que a solução ao redor do vírus se resfrie," explica ele. "Isso reduz significativamente os danos que o calor causa aos componentes normais do sangue."
O pulso de laser causa uma intensa vibração que destrói a capa protetora do vírus. O cientista teve que descobrir a dose precisa - a potência do laser a ser aplicada - capaz de destruir apenas os vírus e deixar as demais células intactas.