Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/11/2006
Depois que um paciente recebe um implante ósseo grande, envolvendo juntas delicadas, como joelhos e quadris, é difícil para os médicos avaliarem como está se dando a recuperação. Eles passam a depender quase unicamente das sensações do paciente, já que é praticamente impossível monitorar o processo de cicatrização óssea.
Pensando nisso, o engenheiro Walied Moussa, da Universidade de Alberta, Canadá, teve uma idéia: utilizar um sensor baseado em nanotecnologia para coletar dados sobre o processo de cicatrização óssea e um microchip para transmitir esses dados para o computador do médico.
O microchip é semelhante aos utilizados na etiquetas RFID, minúsculos transmissores de rádio que estão sendo utilizados em substituição aos tradicionais códigos de barras. O chip não utiliza baterias, retirando a energia para seu funcionamento das ondas eletromagnéticas emitidas pelo aparelho que irá ler seus dados.
Já o sensor mede o grau de aderência do osso ao implante - um processo chamado de reintegração óssea ou ossointegração - e permite que o médico saiba quando a prótese se fixou corretamente e quando ela precisa ser substituída.
"A capacidade para monitorar e quantificar esse processo de cicatrização é crítico para os cirurgiões ortopédicos determinarem o ritmo da reabilitação do paciente," diz Moussa. O seu sensor sem fios é o primeiro aparato a permitir de forma prática a verificação quantitativa da reintegração óssea.
O sensor é implantado de forma definitiva, já que também ele não exige baterias para funcionar. Ele é alimentado cineticamente, utilizando o movimento natural do corpo do paciente como fonte de energia.
Além de fornecer dados mais precisos, o novo sensor sem fios poderá diminuir a necessidade de sessões de raios-X a que os pacientes hoje são submetidos.