Com informações da Agência Brasil - 08/01/2016
Ecotelha
Pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) estão desenvolvendo uma "telha sustentável" - também no sentido ambiental.
Ela é feita principalmente com fibras naturais da Amazônia, como a malva e a juta, e com uma argamassa que inclui areia, resíduos de cerâmica e pouco cimento.
Essa composição, segundo o pesquisador João de Almeida Melo Filho, dá mais resistência ao material e pode melhorar a sensação térmica nas residências localizadas nas regiões mais quentes do país.
"Além de ter menos cimento em sua constituição, ela tem também areia, que se torna um material mais barato, além das fibras naturais. A matriz que utiliza o cimento é muito frágil e as fibras naturais é que vão dar a verdadeira resistência a esse material," disse ele.
Isso torna a ecotelha de fibras naturais superior às tradicionais telhas de fibrocimento.
"O conjunto que a gente chama de 'material compósito', vai produzir um material com maior resistência mecânica. E a gente já verificou que tem maior desempenho térmico devido ao uso de resíduos cerâmicos", garantiu João de Almeida.
Renda para comunidades
Para o pesquisador, a ecotelha deverá ter boa aceitação pelos consumidores porque, além de ser mais barata, será parecida com as disponíveis no mercado, facilitando o trabalho de instalação e reposição em reformas.
Além disso, a utilização das fibras naturais para a produção das ecotelhas vai estimular o trabalho de produtores ribeirinhos, agregando renda às famílias e comunidades.
"A gente acredita que, pelo fato de o cultivo dessas fibras ser feito principalmente por comunidades ribeirinhas, a utilização dessas fibras no desenvolvimento de um material de construção e a possibilidade de que seja usado em grande escala vai incentivar essas comunidades a produzir e aumentar sua renda," disse o pesquisador.
Os primeiros protótipos da ecotelha deverão ficar prontos ao longo deste ano. Após essa etapa inicial, será necessário obter financiamento para adquirir o maquinário destinado à produção em larga escala.
Atualmente o projeto recebe o apoio apenas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, que concede R$ 50 mil para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras.