Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/08/2014
Missões de busca e salvamento
Engenheiros afirmam ter criado um verdadeiro transformer, um dispositivo metamórfico que se monta sozinho e depois movimenta-se de forma autônoma, sem qualquer intervenção humana.
O truque está em incluir previamente os circuitos eletrônicos e a parte mecânica em folhas planas de materiais especiais, e depois fazer com que esses materiais dobrem-se seguindo a técnica do origami.
Embora os robôs resultantes sejam ainda simples e frágeis, Sam Felton e seus colegas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, afirmam que máquinas automontantes têm várias aplicações potenciais, incluindo entrar em espaços confinados, como prédios destruídos, para missões de busca e salvamento.
Robôs de origami
O casamento, à primeira vista pouco provável, entre origami e robótica, na verdade tem dado bastante certo. A grande ajuda veio da automontagem, com variadas técnicas sendo utilizadas para que as folhas dobrem-se sozinhas.
Mas este parece ser o primeiro caso em que as folhas dobram-se autonomamente e o robô resultante começa a funcionar sem novas intervenções.
Outro destaque do trabalho é que a equipe usou materiais simples, que podem ser comprados no comércio: folhas comuns de papel, algumas molas e um polímero com memória de forma, um material compósito da classe dos músculos artificiais projetado para contrair a 100° C.
Além de aparelhos metamórficos em geral, materiais com memória de forma já foram usados, por exemplo, para fazer de robôs que resistem a marteladas e pisoteios até sapatos femininos inteligentes.
Receita de transformer
Para juntar tudo - origami, automontagem e robôs que saem andando sozinhos - a equipe colocou os circuitos eletrônicos, os motores e a bateria no ponto certo das folhas e depois programou o polímero com memória de forma de tal modo que os vincos dobrassem-se na sequência correta, o que é feito aquecendo o material onde ele deve dobrar-se usando as próprias baterias embutidas no robô.
Em cerca de quatro minutos as folhas transformam-se em um robô funcional, que então sai correndo a uma velocidade de 5,4 centímetros por segundo, virando a esmo - mas sem que ninguém precise apertar nenhum botão.
A mesma equipe já havia construído um robô para construir robôs de origami.