Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/01/2014
Raios globulares
Cientistas chineses coletaram por acaso os primeiros dados reais sobre a composição de um tipo de raio muito raro.
Os raios globulares - também chamados de bolas de fogo ou relâmpagos de bola - são um verdadeiro mistério para a ciência porque eles são muito raros, o que torna quase impossível estudá-los.
Essas bolas de fogo normalmente ocorrem durante tempestades, com dimensões que vão de uma bola de pingue-pongue até vários metros de diâmetro, que saem flutuando no ar, voando na horizontal por vários segundos.
Por sorte, enquanto estudavam raios comuns, Jianyong Cen e seus colegas da Universidade Normal do Sudeste, na China, flagraram um raio globular, produzindo o que se acredita ser a primeira medição do espectro de radiação desse fenômeno natural misterioso.
Composição das bolas de fogo
Os resultados sugerem que a bola de fogo brilhante é composta de uma mistura de elementos do solo, o que está de acordo com uma teoria antiga, mas para a qual faltavam evidências experimentais.
A teoria sugere que o raio globular é formado quando a descarga elétrica de um raio comum atinge o solo, vaporizando minerais silicatos no solo. O carbono do solo arranca os átomos de oxigênio dos silicatos, criando um gás de átomos de silício de alta energia.
Esse gás então se recombina com o oxigênio do ar, liberando calor e emitindo o brilho característico da bola de fogo.
Isto está de acordo com o espectro de radiação medido pelos pesquisadores chineses, enquanto o raio globular que eles flagraram deslizava horizontalmente por 10 metros, a cerca de 3 metros de altura.
Os dados mostram várias linhas de emissão típicas do silício, ferro e cálcio - mas faltou outro elemento abundante no solo, o alumínio, deixando a questão em aberto.
De posse desses dados, os pesquisadores agora vão tentar recriar um raio globular artificialmente, de forma a selecionar o melhor modelo teórico para descrevê-lo.