Com informações da EESC - 25/08/2017
Brasil de volta à ISS?
Pela primeira vez em mais de uma década, o Brasil voltará a enviar um experimento à Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês) para ser realizado por um astronauta.
A iniciativa é da Missão Garatéa, o mesmo consórcio espacial que está planejando a primeira missão lunar brasileira, com lançamento marcado para 2021.
A Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP participará na gestão do projeto por intermédio do professor Daniel Varella Magalhães.
Garatéa-ISS
Batizado Garatéa-ISS, o projeto fará parte da 12ª edição do Student Spaceflight Experiments Program (SSEP), ação anual da NASA para engajar a comunidade estudantil em experimentos educacionais realizados no espaço.
"É a primeira vez que uma comunidade fora da América do Norte teve aprovação no programa, e estamos muito animados com a oportunidade", diz Lucas Fonseca, diretor da iniciativa no Brasil.
A oportunidade foi aberta por meio da Câmara de Comércio Brasil-Flórida, que ajudou na busca de um projeto de impacto que pudesse alinhar interesses brasileiros e norte-americanos.
A intersecção encontrada foi com a Academia Internacional do Centro Espacial Kennedy (KSCIA). "Penso que a maior importância de uma colaboração desse porte é a oportunidade de inspirar a futura geração que eventualmente atuará em alguma área do programa espacial", diz Jefferson Michaelis, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Flórida. "Para o Brasil, abre-se uma oportunidade gigantesca, uma chance de reviver a aliança com a ISS e ao mesmo tempo possibilidade a jovens brasileiros e a educadores de inserção na área de espaço. Para os EUA, uma oportunidade de conhecer o lado do Brasil, talentoso, criativo e inovador, o que possibilitará a criação de novas oportunidades entre as duas nações."
Projeto estudantil
O experimento brasileiro deve ir à estação espacial em 2018 e contará com a participação de 450 estudantes do sétimo ano - com cerca de 13 anos de idade -, tanto do ensino público como do privado. Desde 2006, quando a Missão Centenário levou à Estação Espacial Internacional o primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes, estudantes brasileiros não tinham uma oportunidade como essa.
O projeto não tem financiamento público e, a exemplo da missão lunar Garatéa-L, está buscando apoio da iniciativa privada para sua realização. "Este primeiro ano estamos tratando como um piloto", explica Fonseca. "Para o ano que vem, estamos costurando uma parceria com a Olimpíada Brasileira de Astronomia e temos a meta ambiciosa de expandir o programa para atingir um milhão de crianças. Para tanto, precisamos nos provar neste primeiro voo."