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Espaço

Descoberto um planeta-ímã

Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/08/2018

Planeta solitário tem campo magnético 200 vezes maior que Júpiter
Concepção artística do planeta/estrela que possui um campo magnético 200 vezes mais forte que o de Júpiter.
[Imagem: Caltech/Chuck Carter/NRAO/AUI/NSF]

Planeta magnético

Astrônomos usaram o radiotelescópio VLA (Very Large Array), nos EUA, para detectar o primeiro objeto de massa planetária errante além do nosso Sistema Solar.

Mas, além de ser um "errante", um planeta solitário que viaja pelo espaço desacompanhado de qualquer estrela mãe, o que mais chamou a atenção dos astrônomos foi outro fator: ele possui um campo magnético surpreendentemente forte, o mais forte já registrado em relação à dimensão.

"Este objeto está exatamente no limite entre um planeta e uma anã marrom, ou 'estrela falida', e está nos dando algumas surpresas que podem potencialmente nos ajudar a entender os processos magnéticos nas estrelas e planetas," disse Melodie Kao, da Universidade do Estado do Arizona.

O estranho objeto, chamado SIMP J01365663+0933473, tem um campo magnético mais de 200 vezes mais forte que o de Júpiter.

Um campo magnético tão forte "apresenta enormes desafios para nossa compreensão do mecanismo do dínamo que produz os campos magnéticos em anãs marrons e exoplanetas e ajuda a gerar as auroras que vemos [nas anãs marrons]," disse o professor Gregg Hallinan, do Caltech, salientando que nenhuma teoria atual explica um campo magnético tão forte.

Limite entre estrela e planeta

A diferença entre um planeta gigante gasoso e uma anã marrom continua sendo objeto de grande debate entre os astrônomos, mas uma regra de ouro que a maioria aceita é a massa abaixo da qual a fusão de deutério cessa, conhecida como "limite de queima do deutério", em torno de 13 massas de Júpiter.

As anãs marrons são objetos muito grandes para serem considerados planetas, mas não suficientemente grandes para sustentar a fusão nuclear de hidrogênio em seus núcleos - teóricos sugeriram sua existência na década de 1960, mas a primeira só foi descoberta em 1995.

O objeto recém-descoberto é 12,7 vezes mais massivo e com um raio 1,22 vez maior do que o de Júpiter.

Com 200 milhões de anos de idade e localizado a 20 anos-luz da Terra, o objeto tem uma temperatura na superfície de cerca de 825 graus Celsius - em comparação, a temperatura da superfície do Sol é de cerca de 5.500 graus Celsius.

Assim, além de abrir o debate sobre como um corpo celeste pode gerar um campo magnético tão forte, o estranho SIMP J01365663+0933473 vai aquecer a discussão sobre a fronteira entre as estrelas e os planetas.

Bibliografia:

Artigo: The Strongest Magnetic Fields on the Coolest Brown Dwarfs
Autores: Melodie M. Kao, Gregg Hallinan, J. Sebastian Pineda, David Stevenson, Adam Burgasser
Revista: The Astrophysical Journal
Vol.: 237 (2): 25
DOI: 10.3847/1538-4365/aac2d5
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