Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/08/2011
Eletrônica epidérmica
Ela é fina, flexível e pode ser aplicada à pele como se fosse um adesivo.
Assim é a nova pele eletrônica criada pela equipe do Dr. John Rogers, um pioneiro no campo da eletrônica flexível.
O nome técnico da pele eletrônica é sistema eletrônico epidérmico.
O circuito eletrônico, aplicado sobre a pele, monitora o ritmo cardíaco e outros sinais vitais, sem a necessidade dos eletrodos e dos pesados aparelhos usados hoje pelos pacientes.
As possibilidades de aplicação, contudo, vão além: a pele eletrônica pode ser usada como um curativo eletrônico para acelerar a cicatrização e para o tratamento de problemas de pele, além de servir como pele artificial para robôs e para próteses biônicas, como pernas e braços artificiais.
Além do diagnóstico médico, os circuitos eletrônicos incorporados na pele eletrônica podem ser usados para sensoriamento, comunicações e até interfaces homem-máquina, o que amplia suas possibilidades de uso.
Circuitos flexíveis
Os pesquisadores demonstraram uma infinidade de circuitos eletrônicos funcionais, incluindo sensores, LEDs, transistores, capacitores de radiofrequência, antenas, bobinas condutoras e até células solares.
Os circuitos são montados sobre uma fina camada de plástico solúvel em água, que é aplicado à pele como se fosse um adesivo. Como o plástico é transparente, apenas o circuito fica visível.
Quando aplicada sobre a pele humana, a pele eletrônica dispensa até mesmo os adesivos, grudando por atração, graças às forças de van der Waals. Ainda assim, ela se adapta completamente à pele, não se mexendo durante o uso normal - como se fosse uma tatuagem temporária.
Os testes mostraram que a pele eletrônica funciona por até 24 horas sem causar qualquer irritação. Os voluntários usaram os dispositivos nos braços, pescoço, testa, bochecha e queixo, todas áreas que exigiram bastante da flexibilidade do material.
As medições da atividade elétrica produzida pelos músculos e pelo coração foram as mesmas obtidas com os aparelhos médicos atuais - os voluntários usaram esses aparelhos e a pele eletrônica simultaneamente.
Fronteira entre eletrônica e biologia
A camada ativa da pele artificial - a parte eletrônica propriamente dita - é mais fina do que um fio de cabelo humano, contendo todos os componentes eletrônicos, metálicos e bateria, o que permitiu a construção de sensores, fontes de alimentação e LEDs.
"Nós estamos borrando a fronteira entre eletrônica e biologia. Todos os eletrônicos atuais são duros e rígidos. A biologia é macia, elástica. São dois mundos muito diferentes. Nossa pele eletrônica pode de fato integrar esses dois mundos," diz Yonggang Huang, principal autor da pesquisa.
O próximo passo, no qual os pesquisadores já estão trabalhando, será integrar os diversos circuitos para que eles funcionem como um sistema, em vez de aparelhos isolados, e adicionar a capacidade de comunicação wi-fi para facilitar o controle dos aparelhos e a recepção dos dados coletados.