Ouro negro é criado com pulso intenso de raios laser

Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/11/2006

Ouro negro

"Ouro negro" já não é mais apenas uma metáfora para o petróleo ou o café. Cientistas da Universidade de Rochester, Estados Unidos, desenvolveram uma técnica que altera as propriedades de praticamente qualquer metal, tornando-o literalmente preto.

O processo, que se baseia na aplicação de um pulso intenso de laser, vai muito além de uma curiosidade técnica, tendo o potencial para aumentar a eficiência de células a combustível e até de telescópios espaciais.

Propriedades ópticas dos metais

"Nós estamos surpresos com o número de possíveis aplicações para isso," diz o professor de óptica Chunlei Guo. "Nós queríamos ver o que acontece com as propriedades dos metais sob diferentes condições de laser e tropeçamos nessa forma de alterar completamente as propriedades reflexivas dos metais."

Laser de femtossegundos

Os cientistas utilizaram um pulso de laser de femtossegundos, um brevíssimo pulso de luz, mas que submete o ponto onde ele toca a uma energia monstruosa. Um femtossegundo está para um segundo assim como um segundo está para mais ou menos 32 milhões de anos.

Aumento na superfície

O intenso pulso de energia muda a cristalização da superfície do metal, criando nanoestruturas que aumentam drasticamente sua área superficial. Esse aumento de área de superfície não significa que o metal se estique, mas que nele se formam minúsculas protuberâncias e reentrâncias.

Esse aumento de área altera as propriedades ópticas da superfície, fazendo com que ela capture muito mais radiação. Essa capacidade ampliada de absorção da luz faz com que o metal passe a absorver praticamente todos os raios que incidem sobre ele, tornando-se inteiramente preto.

Sem tinta preta

A técnica poderá eliminar a necessidade de se pintar de preto qualquer superfície metálica. Detectores dos mais diversos tipos, sejam eles utilizados em sondas espaciais, telescópios ou medidores de luz, também poderão ser muito mais eficientes, já que esses detectores passarão a ser capazes de capturar muito mais luz.

Mas, para ter aplicações práticas em larga escala, o processo ainda precisará ser aprimorado. Ele ainda é muito lento, levando cerca de 30 minutos para escurecer uma fita metálica de poucos centímetros de comprimento.

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