Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/07/2014
O governo brasileiro recebeu autorização da Autoridade Internacional de Fundos Marinhos (ISBA), entidade vinculada a ONU, para pesquisar e explorar recursos minerais em uma área no Atlântico Sul, chamada Elevação do Rio Grande, localizada em águas internacionais.
O Brasil terá 15 anos para pesquisar 150 blocos, cada com 20 quilômetros quadrados. Os blocos formam oito grupos, totalizando 3 mil quilômetros quadrados.
O trabalho será executado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Mineração submarina
O Plano de Trabalho apresentado pela CPRM à ISBA é para mineração submarina de crostas ferromanganesíferas ricas em cobalto.
A escolha das crostas deveu-se a levantamentos preliminares realizados após diversas expedições que indicaram serem esses os depósitos de maior potencial.
A mineração submarina já é feita em larga escala em todo o mundo, mas, até anos recentes, o único mineral explorado era o petróleo. Mais recentemente, empresas privadas começaram a obter autorização para início da exploração de metais.
Segundo a CPRM, o trabalho permitirá ao Brasil aumentar seu conhecimento estratégico sobre recursos existentes em região próxima à plataforma continental brasileira por meio da coleta de dados ambientais, do estudo do potencial econômico desses recursos minerais, bem como do desenvolvimento de estudos oceanográficos e ambientais.
Segundo a empresa, a proposta brasileira é fortemente sustentada em parâmetros técnicos e ambientais e inclui o compromisso em oferecer oportunidades de treinamento em benefício de outros países em desenvolvimento.
Investimentos
Foram mais de quatro anos de estudos e atividades da CPRM, com a participação de mais de 60 e pesquisadores brasileiros de diferentes instituições, até a obtenção da autorização da agência da ONU
Foram investidos cerca de R$ 90 milhões em pesquisas no Atlântico Sul, sendo mais R$ 20 milhões previstos para este ano.
Com a aprovação do pedido brasileiro pela ISBA, a CPRM vai investir em pesquisas na Elevação do Rio Grande, mais R$11 milhões nos próximos cinco anos.