Com informações da Finep e Novaer - 05/09/2014
Avião acrobático
O protótipo do avião T-Xc, fabricado pela Novaer, começou a fazer os primeiros testes de voo.
Trata-se de uma aeronave acrobática de dois lugares, para o treinamento primário de pilotos.
O novo avião de treinamento terá duas versões, seguindo a diretriz do governo brasileiro de estimular o desenvolvimento de tecnologias de uso dual (militar e civil).
O projeto foi financiado pela Finep, via subvenção econômica, com cerca de R$ 10 milhões em recursos não-reembolsáveis.
O T-Xc realizou com sucesso seu primeiro voo em São José dos Campos (SP), com duração de 20 minutos, em instalações cedidas pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Espacial (DCTA).
O segundo voo foi mais longo, com 50 minutos de duração, quando foram realizadas as primeiras manobras. Novas provas se seguirão nas próximas semanas.
Fuselagem de fibra de carbono
O T-Xc deverá ser utilizado pelos cadetes da Força Aérea Brasileira (FAB), substituindo os atuais Neiva T-25, fabricados na década de 1960.
A versão utilitária, também chamada de U-Xc, terá quatro lugares, sem capacidades acrobáticas, e se destinará ao transporte de passageiros e pequenas cargas.
O T-Xc apresenta tecnologias mais recentes, como sua fuselagem em fibra de carbono, mais leve, econômica e resistente do que o alumínio aeronáutico, além de ser imune à corrosão.
"Logo após o primeiro voo do protótipo, começam as atividades de certificação, em colaboração com o estado de Santa Catarina, onde será instalada a nova fábrica, na qual os T-Xc serão fabricados", explicou Graciliano Campos, diretor-presidente da Novaer Craft.
O novo avião deverá ter a produção em escala industrial iniciada a partir de 2015.
Substituição de importações
O Brasil já produziu aviões da chamada aviação geral, categoria que engloba todos os tipos de aeronaves de pequeno porte à exceção daquelas destinadas a voos comerciais regulares ou de uso exclusivamente militar.
Porém, desde a década de 1980, essa produção foi interrompida, e o País só conta com aviões importados para suprir as necessidades desse segmento, apesar de ser o segundo maior mercado da aviação geral no mundo.
A concessão de subvenção econômica para a inovação nas empresas - a empresa não precisa pagar o empréstimo - é um instrumento de política de governo utilizado em países desenvolvidos, operado de acordo com as normas da Organização Mundial do Comércio. Lançado no Brasil em agosto de 2006, esta foi a primeira vez que um instrumento desse tipo foi disponibilizado no País.