Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/09/2013
Navio sem balanço
O balanço dos navios pode ser bem mais do que um inconveniente causador de enjoo em turistas.
O problema é bem maior quando o navio é uma oficina flutuante que precisa prestar serviços em plataformas de petróleo ou outras estruturas marítimas submersas.
Nesses casos, a embarcação precisa ficar estável ou ter seu movimento precisamente sincronizado com o deslocamento da estrutura que está sendo consertada ou atendida.
A solução acaba de ser criada por um consórcio da Hoppe Marine (Alemanha) e Marintek (Noruega), que batizaram a inovação de "navio-hotel".
O navio-hotel possui um sistema que "cancela" as ondas do mar, anulando seu impacto de forma a permanecer perfeitamente estável.
Isto é feito por meio de tanques integrados na parte inferior e nas laterais do casco - chamados tanques U, por causa do seu formato.
"Os tanques ficam cheios de água que é posta em movimento em fase oposta à força das ondas que batem no casco," explica o engenheiro Sverre Anders Alterskjaer.
O movimento da água é controlado por um complicado sistema de encanamentos e válvulas, ajustados por computador seguindo informações coletadas por sensores que monitoram o "rolamento" do navio.
Propulsores azimutais
Além do desenho especial do casco, o navio é equipado com seis propulsores azimutais - unidades de propulsão com controle direcional usadas para manter o navio na mesma posição.
Os propulsores contrabalançam automaticamente as forças externas das ondas, das correntes marítimas e do vento, e também podem ser utilizados para impulsionar o navio em modo normal.
No modo hotel, a direção e a velocidade de cada hélice são determinadas por um sistema de controle alimentado continuamente por leituras de posição por sinais GPS e pela rede de sensores locais, os mesmos que monitoram as ondas para controlar os tanques U.
"Este conceito oferece uma alternativa para as plataformas semi-submersíveis utilizadas hoje. O objetivo é criar um hotel com maior mobilidade, que poderá ser alugado para empresas petrolíferas que operam em várias partes do mundo," disse Alterskjaer.