Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/05/2018
Primeiro helicóptero espacial
Seu nome é "helicóptero de Marte", e o pequeno drone autônomo será enviado a Marte dentro de apenas dois anos, aproveitando a carona da missão Marte 2020.
O pequeno helicóptero é considerado uma missão de alto risco, por seu ineditismo. Afinal, fazer um helicóptero obter sustentação em uma atmosfera tão rarefeita quanto a de Marte não é um desafio trivial. O que conta a favor é que a gravidade de Marte é cerca de 40% menor que a da Terra.
"A altitude recorde para um helicóptero voando aqui na Terra é de cerca de 12.000 metros. A atmosfera de Marte equivale a apenas 1% da atmosfera da Terra, de forma que, quando nosso helicóptero estiver na superfície marciana, ele já estará no equivalente a 30.000 metros de altitude da Terra," disse Mimi Aung, líder do projeto.
Por isso mesmo, o equipamento será enviado como um "adicional" da missão, ou seja, não interferirá com os demais aspectos do robô Marte 2020, que tem entre seus principais objetivos produzir oxigênio em Marte, visando uma futura exploração. A missão também terá um sistema de monitoramento climático mais avançado e vai usar um radar para analisar abaixo da superfície marciana.
O robô Marte 2020 é muito similar ao Curiosity, mas leva uma quantidade menor de instrumentos para deixar espaço para coletar amostras. A expectativa da NASA é que isso poupe trabalho às missões futuras, que poderão simplesmente pegar as amostras no velho rover e trazê-las para a Terra.
Helicóptero de Marte
O desenvolvimento do helicóptero de Marte começou em 2013, quando a NASA se deu conta de que a visão dos robôs, comparável à de um ser humano de pé, limita a escolha de alvos interessantes a serem estudados. Um helicóptero fazendo voos rasantes pode obter um mapa detalhado em alta resolução da região, ajudando a traçar melhor as rotas.
O veículo pesa apenas 1,8 quilograma, tem 60 centímetros de altura, e suas asas duplas contra-rotativas de 1,1 metro de circunferência vão tentar aproveitar a fina atmosfera marciana girando a quase 3.000 rpm - cerca de 10 vezes a rotação das asas móveis de um helicóptero na Terra.
Células solares deverão recarregar as baterias de íons de lítio que alimentam os motores do pequeno drone, que conta ainda com um sistema de aquecimento para manter seus instrumentos na temperatura operacional - a temperatura média em Marte fica por volta dos -60° C.
O helicóptero irá a Marte pendurado na parte inferior do robô Marte 2020, que irá deixá-lo em um lugar seguro e depois se afastar, para que o veículo possa ser posto em funcionamento e mostrar seu valor.
Em seu primeiro voo, o helicóptero fará uma breve subida vertical até 3 metros de altitude, onde ficará por cerca de 30 segundos. A campanha inicial de testes, prevista para durar 30 dias, incluirá cinco voos a distâncias cada vez maiores, até algumas centenas de metros, e durações de até 90 segundos.
"Nós não temos um piloto e a Terra estará a vários minutos-luz de distância, então não há como controlar esta missão em tempo real. Em vez disso, temos uma capacidade autônoma, que será capaz de receber e interpretar comandos e depois voar por conta própria," contou Aung.