Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/03/2016
Nanofios
Os nanofios - fios em dimensão nanométrica - estão na crista da onda porque permitem miniaturizar as coisas a um patamar inalcançável pelas técnicas atuais, como as usadas na indústria eletrônica para fabricar transistores.
Nanofios de silício, por exemplo, ampliam tanto a capacidade dos processadores que já se está trabalhando rumo aos sub-nanofios.
E parece haver espaço para muito mais: ocorre que, nessas dimensões, há muitas soluções criadas pela própria natureza.
E são soluções tão eficientes que deixam todas as nanotecnologias feitas pelo homem comendo poeira, conforme descobriu uma equipe com a participação do professor Gustavo Feliciano, da Unesp de Araraquara (SP).
Nanofio biológico
O nanofio biológico é produzido pela bactéria Geobacter, que já se sabia possuir nanofios quase metálicos, responsáveis por uma transmissão bacteriana de eletricidade.
O que não se sabia é que esses nanofios de proteínas transportam as cargas elétricas a uma velocidade de até 1 bilhão de elétrons por segundo.
Este nanofio microbiano é formado por uma única subunidade de peptídeo, medindo cerca de 2 nanômetros de diâmetro.
"Sendo feitos de proteínas, os nanofios orgânicos são biodegradáveis e biocompatíveis. Esta descoberta abre, assim, muitas aplicações em nanoeletrônica, como o desenvolvimento de sensores médicos e dispositivos eletrônicos que podem ser interligados com os tecidos humanos," disse Gemma Reguera, da Universidade do Estado de Michigan e principal autora da descoberta.
Além disso, como as nanotecnologias existentes dependem de metais exóticos, o custo dos nanofios orgânicos deverá ser muito inferior.