Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/11/2016
UV profundo
Pela primeira vez, diodos emissores de luz (LEDs) foram construídos diretamente sobre folhas finas e flexíveis de metal.
Esses LEDs sobre metal emitem luz ultravioleta no espectro conhecido como "UV profundo", a parcela de maior energia, no extremo do espectro ultravioleta. A luz UV profunda já é utilizada por organizações humanitárias e por indústrias para aplicações que vão desde a esterilização de água e de equipamentos médicos e da detecção de agentes biológicos até o endurecimento de plásticos.
O problema é que as lâmpadas convencionais de UV profundo, à base de mercúrio, são muito pesadas para serem transportadas e gastam muita energia, dificultando a fabricação de equipamentos portáteis e de baixo custo.
LEDs de UV profundo já haviam sido fabricados antes em escala de laboratório, mas apenas usando semicondutores monocristalinos rígidos e extremamente puros, o que impõe uma enorme barreira de custos para que o material chegue à indústria.
A questão é outra com os LEDs construídos diretamente sobre folhas metálicas - a Universidade do Estado de Ohio, onde Brelon May e seus colegas desenvolveram a nova técnica, anunciou que o processo está pronto para ser licenciado para a indústria.
Crescimento epitaxial
O desenvolvimento se baseia na bem conhecida técnica de crescimento de semicondutores conhecida como feixe molecular epitaxia, na qual elementos vaporizados assentam sobre uma superfície e se auto-organizam em camadas ou nanoestruturas.
A técnica de crescimento epitaxial foi usada para cultivar um tapete muito denso de fios de nitreto de gálio e alumínio em pedaços de folhas de metais como titânio e tântalo. Os fios individuais medem cerca de 200 nanômetros de altura e de 20 a 50 nanômetros de diâmetro. Eles brilham quase tanto quanto os LEDs similares fabricados em silício monocristalino, que é rígido e mais caro.
A equipe afirma já estar trabalhando para tornar os LEDs ainda mais brilhantes e, em seguida, tentar crescê-los em folhas de metais mais comuns, como aço e alumínio.
Nanofotônica
Os pesquisadores afirmam que a tecnologia também permitirá transformar um campo de pesquisa emergente, conhecido como nanofotônica, em uma indústria viável.
"As pessoas sempre disseram que a nanofotônica nunca será comercialmente importante porque você não pode fabricá-la em larga escala. Bem, agora nós podemos. Podemos fazer uma folha [de componentes nanofotônicos], se quisermos. Isso significa que podemos pensar na nanofotônica com fabricação em grande escala," disse o professor Roberto Myers, coordenador da equipe.