Com informações da New Scientist - 03/11/2016
Lâmpada de bactérias
Em breve será possível fazer uma lâmpada acionada não por eletricidade, mas por bactérias - com algum conhecimento de biologia, você próprio poderá fazer a sua.
É o que garante um grupo de estudantes da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, que está combinando engenharia eletrônica com biologia sintética para criar circuitos eletrobiológicos.
Eles manipularam geneticamente bactérias E. coli para apresentarem fluorescência em algo parecido com uma lâmpada plana. A lâmpada acende quando as bactérias experimentam estresse térmico induzido por uma célula a combustível microbiana - um dispositivo que atua como uma bateria, aproveitando a energia elétrica da ação dos micróbios.
Biologia de código aberto
A equipe projetou uma cepa de E.coli que, devido à expressão aumentada de um gene fluorescente, brilha sob ação de uma corrente elétrica ou sob a influência de uma fonte de calor a 42 °C. Eles também projetaram um circuito para conectar a lâmpada e a fonte de alimentação a fim de criar um kit que se encaixa como se fosse um brinquedo de montar.
O principal objetivo é criar um kit que incentive outros pesquisadores, estudantes e interessados a construir suas próprias versões do experimento.
"Tudo o que fizemos é de código aberto. Tem mais a ver com o que outras pessoas podem fazer com a base que definimos, ao invés de projetar algo revolucionário nós mesmos. Nós queríamos fornecer às pessoas as ferramentas para gerar tecnologias novas e instigantes," disse Ollie Burton, líder da equipe.
Responsabilidade com a biologia sintética
É claro que trabalhar com organismos geneticamente modificados traz um certo nível de responsabilidade. Por isso, a equipe também projetou um experimento mental digital e interativo para acompanhar o seu kit. Nesse aplicativo, os jogadores são encorajados a considerar os impactos éticos de experiências de biologia sintética e dessa emergente "ciência eletrobiológica".
Um dos cenários propõe que o jogador use genes de um gato para alimentar uma turbina e pergunta: "Quais são os nossos limites quando se trata de usar materiais biológicos como eletricidade?"
Mais informações sobre o trabalho da equipe podem ser vistos, em inglês, no endereço http://igem.org.