Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/10/2014
Gigante adormecido
Com o peso econômico e social da internet, é importante monitorar seu funcionamento em busca de gargalos e quebras de conexão, sobretudo em nós importantes da rede.
Com esse objetivo, uma equipe da Universidade do Sul da Califórnia montou um sistema de monitoramento que checa o funcionamento de cerca de 1 bilhão de servidores em todo o planeta.
O resultado foi interessante: o artigo relatando as medições é intitulado "Quando a Internet dorme".
A internet funciona como seria de se esperar - 24 horas por dia, 7 dias por semana - em quase todo o mundo, principalmente nas regiões mais desenvolvidas.
Contudo, em alguns lugares na Ásia, na América do Sul e na Europa Oriental, a internet "dorme" durante a noite, segundo os pesquisadores.
"Estas observações globais mostram quando e onde a Internet dorme - as redes estão geralmente ativas nos EUA e na Europa Ocidental, e são diurnas em grande parte da Ásia, América do Sul e Europa Oriental. O teste mostra que as redes diurnas se correlacionam negativamente com o PIB do país e com o consumo de energia elétrica, quantificando como as políticas e economias nacionais se relacionam com as redes," escreve a equipe.
A aferição é importante porque distingue entre problemas reais da rede, como quebras de conexão ou defeitos em roteadores importantes - o que indica necessidade de investimentos em infraestrutura - de uma latência excessivamente elevada em alguns períodos do dia ou da noite.
Entre as possibilidades de interpretação dos dados estão o uso mais pessoal do que econômico da internet e um menor monitoramento dos servidores durante a noite nas áreas menos desenvolvidas.
Ping
Os testes consistiram em realizar comandos "ping" em 3,7 milhões de blocos - o que representa cerca de 950 milhões de endereços IP - a cada 11 minutos, durante dois meses.
As próximas rodadas prometem gerar dados ainda mais precisos.
"Nós já aumentamos nossa cobertura para 4 bilhões de blocos [mais de 1 bilhão de endereços IP], conforme o uso da internet cresce," disse John Heidemann, membro da equipe.