Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/06/2008
Dois geólogos da Universidade do Arizona, Estados Unidos, criaram um novo modelo do interior da Terra, reunindo pela primeira vez uma série de hipóteses e informações recolhidas por experiências ao longo dos últimos anos, mas que até agora eram desconexas e até contraditórias.
"Mas nós descobrimos que há um quadro único que é compatível com todas essas diferentes descobertas," diz Edward Garnero, que desenvolveu o novo modelo juntamente com seu colega Allen McNamara.
Movimento do manto
O resultado é um novo corpo teórico consistente e que explica o movimento do manto - a porção do interior da Terra entre a crosta e o núcleo - de forma consistente com as mais recentes medições sismológicas. Segundo os pesquisadores, há pelo menos 20 versões diferentes de explicações sobre o manto sendo ensinadas nas escolas hoje.
Manto heterogêneo
O novo modelo descreve essa porção do interior da Terra como quimicamente complexo, em clara oposição ao paradigma tradicional de um manto homogêneo, tanto química, quanto fisicamente.
O modelo tradicional descreve o interior da Terra na forma de esferas concêntricas simples, representando o núcleo, o manto e a crosta. Mas o interior da Terra não é assim tão simples, dizem os cientistas.
O interior da Terra está longe de ser um depósito empoeirado onde está registrada a história geológica do nosso planeta. Ao contrário, ele está em constante movimento e sofrendo alterações o tempo todo.
O movimento das placas tectônicas, por exemplo - que explica desde a separação dos continentes, até os terremotos - tem explicações totalmente diferentes se o manto é isoquímico ou heterogêneo, formado por diferentes tipos de substâncias. Garnero e McNamara propõem justamente este último caso, que o interior da Terra é formado por inúmeros elementos químicos diferentes.