Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/11/2016
Água no concreto
Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, desenvolveram uma técnica capaz de rastrear a água que se infiltra pelas estruturas de concreto.
"A tecnologia pode não apenas determinar se a água está se infiltrando pelo concreto e onde, mas também a velocidade com que ela está se movendo, quanta água há e como as rachaduras ou danos existentes estão influenciando o movimento da água," explicou o professor Mohammad Pour-Ghaz.
Água infiltrando pelo concreto é sempre um problema, não apenas respondendo ela própria pela degradação, como também levando outros elementos dissolvidos, que podem induzir uma corrosão ainda mais acelerada da estrutura.
Imageamento elétrico
A técnica utiliza uma série de eletrodos que são colocados em volta da estrutura de concreto, sejam lajes, vigas, pilares ou qualquer outra estrutura de formato mais complexo.
Um programa de computador controla o disparo de pequenas correntes elétricas entre dois eletrodos de cada vez, circulando entre todas as combinações possíveis de eletrodos.
A cada vez que a corrente circula entre dois pontos, o programa grava o potencial elétrico em todos os eletrodos na estrutura. Ao final, o conjunto completo de dados permite gerar uma imagem tridimensional da água no interior do concreto com base nas mudanças na condutividade elétrica de cada trajeto entre os eletrodos.
"Nossa tecnologia de imageamento elétrico está pronta para ser acondicionada em uma caixa e comercializada para uso laboratorial, e nós também estamos querendo trabalhar com o setor privado para ampliá-la para uso como ferramenta de campo para avaliar a integridade de estruturas," disse Pour-Ghaz.
Raios X do concreto
Quando desenvolvido para uso no campo, o imageamento elétrico da perfusão de água no concreto pode se tornar uma alternativa vantajosa às técnicas disponíveis hoje, basicamente as imagens por raios X e a radiação de nêutrons.
Os raios X têm uma penetração limitada no concreto, não funcionando com amostras grandes ou em estruturas reais. A radiação de nêutrons é mais precisa, mas também tem penetração limitada, é cara e apresenta riscos à saúde e segurança, explicou Pour-Ghaz.