Com informações do ON - 19/08/2014
Observações feitas por uma equipe que inclui 11 astrônomos brasileiros revelaram um sistema de anéis no asteroide Chariklo, um corpo celeste do sistema solar do tipo centauro.
Até então, os anéis só haviam sido identificados em planetas - Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. O trabalho foi liderado pelo pesquisador Felipe Braga-Ribas, do Observatório Nacional (ON).
Um dos anéis tem 7 quilômetros (km), e o outro 3 km de largura, e foram informalmente nomeados Oiapoque e Chuí.
Segundo os autores, ambos são densos e, em parte, compostos de água em estado sólido (gelo).
O asteroide Chariklo situa-se entre as órbitas de Saturno e Urano e foi descoberto em 1997. Com cerca de 250 quilômetros (km) de diâmetro, é o maior de sua classe.
"Os anéis são laboratórios naturais para se estudar processos dinâmicos análogos aos que ocorrem durante a formação dos sistemas planetários e galáxias", destaca o artigo.
Olhos mais poderosos
Agora a equipe obteve concessão de tempo de uso do telescópio espacial Hubble para estudar melhor o fenômeno.
Não se sabe se anéis ao redor de pequenos corpos, como o Chariklo, devem-se a algum processo genérico, ainda desconhecido, ou refletem características excepcionais.
Com o Hubble, os pesquisadores poderão obter imagens diretas e fotometria em vários comprimentos de onda desses anéis, além de efetuar uma busca inédita e profunda de pequenos satélites, bem como de anéis de poeira de brilho tênue, ao redor de Chariklo.
As observações com o Hubble foram programadas para 2015 - duas em junho e uma em agosto.