Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/10/2014
Família bidimensional
Parece que o grafeno terá que vencer mais um concorrente se quiser transformar suas incríveis potencialidades em aplicações práticas.
Além de ter sido ultrapassado de forma quase humilhante pela molibdenita, o material de carbono já vê no retrovisor concorrentes de peso como fosforeno, siliceno e estaneno.
Agora, acaba de sair dos boxes o germaneno, uma folha unidimensional do semicondutor germânio.
O germaneno já sai em alta velocidade porque é um dos semicondutores mais utilizados na eletrônica atual, o que facilita sua integração com os circuitos tradicionais.
Proposto teoricamente em 2009, o material foi sintetizado simultaneamente por duas equipes, uma na França e outra na China.
Os chineses sintetizaram o germaneno de forma muito parecida com o siliceno, depositando átomos do material sobre um substrato de platina. Já a equipe francesa, a mesma que foi pioneira na síntese do siliceno, usou um substrato de ouro.
"Promessenos"
Os pesquisadores acreditam que, com o aprimoramento de suas técnicas, poderá ser possível cultivar as folhas de germaneno em filmes finos de ouro postos sobre um substrato flexível, o que seria bem mais barato e permitiria sintetizar o material bidimensional em larga escala.
Outra novidade é que as primeiras medições dão conta de que o germaneno pode funcionar como um isolante topológico a temperatura ambiente, abrindo a possibilidade de uso do material na computação quântica.
"A síntese do germaneno é apenas o começo de uma longa busca. De fato, o sucesso na síntese não foi fácil de alcançar e é muito exigente. Uma quantidade considerável de trabalho agora será necessária para caracterizar melhor as propriedades eletrônicas do material," disse o professor Guy Le Lay, da Universidade Aix-Marseille.