Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/08/2013
Robô de hidrogel
Há poucos dias, pesquisadores apresentaram aquilo que poderá se tornar uma espécie de geleca móvel, um um robô mole capaz de capturar e manipular coisas.
Agora, outra equipe mostrou que esses hidrogéis podem ser ainda mais versáteis - e os tais robôs moles eventualmente ainda mais insidiosos.
Em vez de usar fios, duas pesquisadoras descobriram como controlar os hidrogéis usando apenas luz.
Olga Kuksenok e Anna Balazs, da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, já haviam criado uma espécie de vida sintética feita de géis, além de microcápsulas cooperativas e materiais inteligentes que imitam a capacidade biológica de autorregulação.
Agora a dupla demonstrou que esses hidrogéis podem ser reconfigurados e controlados pela luz, à distância.
Isto dá a todas as suas realizações anteriores um novo nível de controle, abrindo ainda mais o leque de possíveis aplicações dessas "tecnologias moles".
Materiais funcionais
Quando a luz incide sobre o material, sua superfície alterna entre comportamentos hidrofílicos - que "gostam" de água - ou hidrofóbicos - que "fogem" da água. A combinação de luz e calor dá ainda mais versatilidade aos géis "semivivos".
"Considere, por exemplo, que você pega uma folha de hidrogel e, com o uso apropriado da luz, faça-o assumir o formato de uma lente, que pode ser usada em aplicações ópticas," disse Balazs - as lentes de contato, por exemplo, são feitas de hidrogéis.
Mais interessante, contudo, é que o formato dos objetos pode ser alterado conforme a necessidade, uma área de pesquisa conhecida como "materiais funcionais".
Além de mudar de função conforme a necessidade, os materiais funcionais permitem a reutilização da mesma matéria-prima inúmeras vezes, em tarefas diferentes.
"Você não precisa construir um novo dispositivo para cada nova aplicação," destaca Balazs.
A equipe agora planeja estudar o efeito da incorporação de fibras microscópicas no gel para controlar ainda mais a forma e a resposta do material a outros estímulos.
A mera possibilidade de fazer com que os géis adquiram movimento sustentado acionados apenas pela luz pode ter muitas utilidades, por exemplo, para controlar o movimento de pequenas esteiras transportadoras no interior de biochips, controlando reações químicas e análises de amostras.