Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/12/2013
O satélite sino-brasileiro CBERS-3 não conseguiu entrar em órbita e quase certamente foi perdido.
Este teria sido o primeiro fracasso do foguete Longa Marcha 4B, que já havia sido utilizado em 34 lançamentos sem nenhuma falha.
Todas as etapas do lançamento pareciam ter sido completadas com sucesso, e o fracasso do lançamento só foi percebido quando deveria ter-se completado a primeira órbita do CBERS-3.
O satélite de monitoramento terrestre circundaria a Terra no sentido Sul-Norte, passando sobre os pólos e completando uma órbita a cada 100 minutos.
As primeiras informações davam conta de que o satélite não atingira a altitude pretendida e não tinha se comunicado com as estações de rastreio no Brasil e na China, embora provavelmente estivesse em órbita.
Logo depois, porém, o Ministério da Ciência e Tecnologia emitiu nota informando que "avaliações preliminares sugerem que o CBERS 3 tenha retornado ao planeta".
Projeto CBERS
O CBERS-3 fazia parte do Programa Sino-Brasileiro de Satélites de Recursos Terrestres e deveria preencher um vazio de três anos no monitoramento terrestre, devido à desativação dos satélites anteriores e a atrasos no lançamento do substituto.
O CBERS-2B deixou de funcionar em 2010. Antes, o CBERS-1 e o CBERS-2 tinham sido lançados em 1999 e 2003, respectivamente.
A viagem do foguete Longa Marcha 4B deveria durar 12,5 minutos, atingindo 780 quilômetros de altitude, quando se iniciaria a etapa de estabilização e de entrada em órbita.
Dados do INPE dão conta de que o investimento brasileiro total na construção do satélite chegou aos R$ 300 milhões, incluindo despesas do instituto, contratação de empresas especializadas e compra de equipamentos.
Os planos da parceria Brasil-China incluem o CBERS-4, previsto para ser lançado em 2015. Com a falha no lançamento, o CBERS-4 poderá ter seu cronograma antecipado.