Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/10/2011
Disco de Petri eletrônico
Nem mesmo os prosaicos "pratinhos" de laboratório - que preferem o nome mais pomposo de discos de Petri - escaparam da era da eletrônica.
Cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, criaram o ePetri, um disco de Petri eletrônico.
A invenção poderá acabar com uma das tarefas mais tediosas de um laboratório: colocar os discos de Petri na incubadora, para que os microorganismos cresçam, e retirá-los para que eles possam ser observados no microscópio.
E, como todo estudante de iniciação científica sabe, isso precisa ser feito muitas e muitas vezes em cada pesquisa.
Microscópio sem lentes
"Nosso disco ePetri é um microscópio sem lentes, pequeno e compacto. Nós podemos monitorar diretamente a cultura de células ou bactérias dentro da incubadora," explica Guoan Zheng, que montou o primeiro protótipo do seu ePetri usando blocos de Lego.
Os pesquisadores usaram um sensor CCD igual ao usado nas câmeras de telefones celulares para fazer as imagens da cultura.
O protótipo usa ainda o próprio telefone celular para fornecer a iluminação que cria o efeito de lente no próprio meio de cultura.
"Os dados do ePetri são transferidos automaticamente para um computador fora da incubadora, por meio de uma conexão a cabo," explica Zheng.
Células confluentes e células-tronco
Quando totalmente desenvolvida - já sem os blocos de Lego e sem o telefone celular - a tecnologia poderá otimizar e melhorar a qualidade dos experimentos com culturas celulares em laboratório - além de economizar mão-de-obra, a menor manipulação diminuirá os riscos de contaminação.
Os cientistas afirmam que os melhores resultados com o ePetri foram obtidos na observação de células confluentes, aquelas que crescem muito próximas umas das outras e ocupam todo o disco de Petri.
Mas eles também testaram o novo equipamento para observar células-tronco durante o processo de diferenciação. O ePetri permite a visualização instantânea de toda a cultura, permitindo a observação dos diversos tipos de células se formando ao longo do "pratinho".
Agora os cientistas querem projetar uma versão que tenha seu próprio sistema de incubação, ou seja, um disco de Petri eletrônico e autônomo, que dispense a incubadora e seja monitorado continuamente.