Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/10/2014
Precisamos testar
Os cálculos indicam que mais de 10.000 asteroides e cometas, dos mais diversos tamanhos, orbitam em faixas que os colocam em risco de colisão com a Terra.
E os cálculos também indicam que basta um objeto de 50 metros de diâmetro para destruir uma cidade inteira, ou até mais, dependendo de onde ele cair.
Para tentar prevenir desastres desse tipo, a União Europeia criou um grupo de trabalho, chamado NEOShield, para tentar encontrar formas de desviar ou destruir um asteroide ou cometa que decida transformar a Terra em alvo.
A equipe selecionou e detalhou três técnicas de deflexão:
A conclusão da equipe, embora bastante detalhada e descrevendo roteiros de ação, pode ser resumida a: é preciso testar para saber o que é melhor.
"Uma missão de teste para demonstrar uma técnica de deflexão em um asteroide que não esteja ameaçando a Terra deve ser seriamente considerada," disse o Dr. Alan Harris, coordenador do projeto.
Segundo ele, isto exigirá uma colaboração e uma ação conjunta de todos os países que possuem programas espaciais, sobretudo a NASA e a ESA.
Em 2010, uma equipe da NASA já concluíra que não estamos prontos para enfrentar um Impacto Profundo.
Depende do tamanho da ameaça
A equipe indica que as alternativas de deflexão só seriam viáveis para objetos maiores do que 50 metros de diâmetro - daí para baixo seria uma questão de "defesa civil", isto é, é melhor deixar o asteroide vir e contar com a probabilidade de que ele caia no oceano ou em áreas não habitadas - ou acudir os estragos.
Os dados preliminares indicam que o projétil cinético seria viável contra asteroides maiores do que 100 e menores do que 1.000 metros de diâmetro, desde que houvesse pelo menos 10 anos de tempo para construção e lançamento da nave.
O raio trator gravitacional precisaria de pelo menos 50 anos de antecedência, mas só funcionaria contra objetos com dimensões ao redor dos 100 metros de diâmetro.
Para objetos maiores ou com menos tempo de preparação, a saída seria mesmo alvejar o asteroide com bombas nucleares.
Para tranquilizar os mais preocupados, o Dr. Harris lembra que as observações e projeções atuais permitirão saber sobre um possível impacto com décadas de antecedência: "Em um caso desses, os cientistas poderiam começar a trabalhar talvez com 15 anos ou mais de antecedência para preparar uma missão para desviar o objeto".
Contudo, quanto mais distante o objeto estiver da Terra quando a ação for tomada, menor será o desvio necessário para tirá-lo da rota de colisão.