Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/08/2016
Bateria de silício que usa ar
Pela primeira vez, as promissoras baterias de ar-silício - ou silício-oxigênio - sobreviveram a testes reais por mais de 1.000 horas.
Em teoria, as baterias de ar-silício têm uma densidade de energia muito superior, são menores e mais leves do que as atuais baterias de íons de lítio. Elas também são insensíveis a variações ambientais e não usam materiais poluentes ou tóxicos.
Além disso, elas são feitas de silício, o segundo elemento mais abundante na Terra após o oxigênio, e funcionam com base no próprio oxigênio do ar - daí o nome ar-silício.
Caminho aberto
Entre a teoria e a prática, contudo, os protótipos das baterias de ar-silício não se mostraram duráveis, e por motivos ainda não totalmente compreendidos: para se ter uma ideia, há hipóteses que explicam os problemas pelo ânodo de silício e outras que culpam o cátodo de oxigênio.
O fato, contudo, é que a equipe do professor Hermann Tempel, da Universidade de Julich, na Alemanha, conseguiu fazer com que seu protótipo de bateria de ar-silício dure mais de 1.000 horas de operação contínua.
Para Tempel, o grande problema é que o eletrólito se consume com o tempo. Sua equipe então desenvolveu um sistema que bombeia um eletrólito líquido - hidróxido de sódio dissolvido em água - para dentro da bateria, mantendo seu funcionamento.
O ânodo continua se desgastando, ainda que ele possa ser trocado, algo que não se consegue fazer com as baterias de lítio.
Mas a equipe não está satisfeita, e agora pretende descobrir uma forma de manter a bateria funcionando sem precisar de ficar bombeando o eletrólito. A bateria ainda não está perfeita, mas agora nós sabemos o que precisamos fazer," disse Tempel.