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Arranjos Produtivos Locais promovem inovação em empresas de todos os portes

Com informações da Agência Fapesp - 03/10/2023

Arranjos Produtivos Locais são oportunidade para inovação para empresas de todos os portes
O Parque de Inovação Tecnológica (PIT) de São José dos Campos é um exemplo bem-sucedido no Brasil.
[Imagem: PIT]

Arranjos Produtivos Locais

Os Arranjos Produtivos Locais (APLs) existem para promover o desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços locais, com foco nos pequenos e médios negócios. Apenas no Estado de São Paulo, cerca de 30 mil empresas estão reunidas nesses arranjos, que reúnem ainda instituições de ensino, capacitação e pesquisa tecnológica, além de organismos de fomento.

Um exemplo bem-sucedido é o Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (PIT), uma iniciativa da prefeitura do município e do Governo do Estado de São Paulo, que aproveitaram oportunidades, como a existência do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e da Embraer na cidade, para induzir a inovação e a economia num espaço físico onde todos poderiam interagir e gerar novos negócios e aplicações para a indústria.

"Hoje são mais de 400 instituições vinculadas, mais de 30 universidades conectadas a nós, o que cria oportunidade de geração de dados e conhecimento empírico sobre inovação," contou Luiz Fernando Carvalho, coordenador do PIT durante um evento promovido pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para discutir a reindustrialização do estado e a promoção da inovação tecnológica no setor privado.

O desafio atual para o poder público e para os membros dos APLs, que empregam cerca de 500 mil pessoas, é organizar, qualificar e desenvolver esses aglomerados - é a governança que distingue um APL de um mero aglomerado de empresas, gerando sinergia.

Para Squarize Chagas, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), a análise dos Arranjos Produtivos Locais parte dos conceitos de economias de aglomeração, a partir de evidências de que inovação, crescimento econômico e ganho de produtividade ocorrem em regiões densas, tanto em pessoas como em complexidades econômicas. Isso se reflete em crescimento econômico.

"Daí surge a constatação desses arranjos produtivos, que apareciam de maneira espontânea, como no Vale do Silício [nos Estados Unidos] e os Distritos Industriais da Itália. Aliado a isso, estava a constatação de que esses aglomerados de empresas de base tecnológica traziam progresso para a região. Daí a origem do termo APL," explicou o pesquisador.

Governança

Os especialistas explicaram que o que diferencia um APL de um mero conjunto de empresas é a governança, área na qual já atua a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em seu esforço para o desenvolvimento dos APLs do estado.

Para Paulo Rocha, especialista em Competitividade e Tecnologia da Fiesp, um dos problemas para o estabelecimento dos APLs é a "cultura pouco associativa e cooperativa do empresariado brasileiro", o que atrapalha a obtenção de benefícios em conjunto. Outro desafio é a falta de uma legislação que incentive a cooperação.

Para superar essas dificuldades, a Fiesp criou uma metodologia para a criação de APLs. Um dos princípios é que o arranjo esteja estabelecido dentro de uma governança local, formada por líderes empresariais, a prefeitura do município, além de universidades e institutos de pesquisa. "A partir disso, as coisas vão acontecendo, com o nascimento de níveis de confiança dentro do APL. As empresas passam a confiar umas nas outras e nas instituições. Com isso, pode-se fortalecer a cooperação. Para as micro e pequenas empresas, que são a maioria nesses arranjos, isso é muito importante para o adensamento da cadeia," ponderou Paulo.

Luiz Fernando também citou alguns exemplos de como isso aconteceu no PIT de São José dos Campos. Em um dos casos, uma grande empresa precisava ampliar sua base de fornecedores, que necessitavam ter certo nível de qualificação que as pequenas empresas do PIT não tinham. O APL então coordenou uma certificação em grupo, com uma parte do investimento público, e 30 empresas se qualificaram como fornecedores.

Outro exemplo foi uma oportunidade de construir um laboratório para realizar testes para a indústria automotiva. Uma vez que as empresas pagavam para fazer os estudos fora do país, mas também não consideravam viável financiar sozinhas estruturas desse tipo no país, o PIT uniu investimento privado e público para construir os laboratórios e cobrar por esses serviços. Hoje, as empresas do PIT demandam e prestam serviços nesses laboratórios, o que abriu ainda possibilidades de novas cooperações.

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