University of Cambridge Office of Communications - 07/11/2007
Pesquisadores descobriram que a estrutura dos ossos humanos é muito diferente do que se acreditava até agora. A descoberta terá grandes implicações sobre o tratamento de doenças degenerativas ou debilitadoras da estrutura óssea, como a osteoporose.
Dureza dos ossos
Os pesquisadores descobriram que a dureza e a rigidez características dos ossos devem-se predominantemente à presença de açúcares especializados, e não de proteínas, como se acreditava até hoje. A descoberta deverá ter impactos arrasadores em tratamentos para a osteoporose e outras doenças ósseas.
Os cientistas sustentam há muito tempo que o colágeno e outras proteínas são as moléculas-chave responsáveis pela estabilização da estrutura normal do osso. Essa crença foi a base para o desenvolvimento dos atuais medicamentos para doenças dos ossos e materiais para substituição óssea. Nesse período, os pesquisadores deram pouca atenção ao papel dos açúcares (carboidratos) no complexo processo de crescimento ósseo.
Mineralização óssea
Neste estudo, os cientistas da Inglaterra e da Alemanha estudaram a mineralização em ossos de cavalo usando uma ferramenta de análise chamada ressonância nuclear magnética (NMR). Eles descobriram que os açúcares, particularmente os proteoglicanos (PGs) e os glicosaminoglicanos (GAGs), parecem desempenhar um papel tão importante quanto as proteínas no controle da mineralização do osso - o processo pelo qual o osso recém-formado é endurecido com minerais, tais como o fosfato de cálcio.
Osteoporose e osteoartrite
A osteoporose é uma doença crônica e largamente difundida, na qual há um distúrbio na formação mineral, levando a ossos frágeis, à dor e ao aumento das fraturas. A osteoartrite, cuja marca registrada é uma deterioração da cartilagem e dos GAG, é também acompanhada pela mineralização anormal do osso.
As duas doenças podem ser debilitadoras e freqüentemente levam pessoas idosas à incapacitação - um problema que aumenta cada vez mais à medida em que a população envelhece. Entre os jovens, especialmente os esportistas e as mulheres, lesões ósseas são de difícil tratamento e tornam os pacientes mais suscetíveis a desenvolverem problemas como a osteoartrite mais tarde.
"Nós acreditamos que nossas descobertas alterarão alguns conceitos fundamentais da biologia dos ossos. Em um nível prático, elas revelam novos objetivos para a descoberta de medicamentos para os ossos e doenças das juntas, novos biomarcadores para diagnósticos e novas estratégias para o o desenvolvimento de materiais sintéticos que poderão ser utilizados em ortopedia," disse o Dr. David Reid, da Universidade de Cambridge, um dos participantes da pesquisa.