Agência FAPESP - 20/01/2006
Suspense
Era para ser na terça-feira. As nuvens não deixaram. Como na quarta o tempo também não abriu, a expectativa era que a sonda New Horizons conseguisse ser lançada nesta quinta-feira. Por duas vezes a decolagem foi postergada.
Às 17h de Brasília, o êxito. A decolagem foi considerada um sucesso pela equipe da Nasa, a agência espacial norte-americana.
A demora pode ser considerada insignificante diante do tamanho da missão e do tempo que ela vai levar.
Sonda em Plutão
A sonda será o primeiro instrumento feito pelo homem a chegar ao planeta Plutão, o mais distante do Sol e que muitos astrônomos nem consideram realmente um planeta.
Mas isso, se a missão continuar dando certo, vai ocorrer apenas em 2015.
Com sete instrumentos científicos a bordo, a compacta nave de 450 quilos será a primeira também a estudar Caronte, a lua de Plutão.
O objetivo da missão é estudar a geologia e geomorfologia dos dois, mapear as composições das suas superfícies, registrar temperaturas e examinar a complexa atmosfera do planeta. Caso tudo isso seja concluído com sucesso, a sonda poderá ter sua missão estendida a outros objetos no limite do Sistema Solar.
Cinturão de Kuiper
A missão também pretende conhecer melhor o Cinturão de Kuiper, faixa situada entre Netuno e Plutão onde foram detectados mais de 800 objetos celestes desde 1992. Alguns são muito grandes, como o 50000 Quaoar, com cerca de metade do tamanho de Plutão - que tem 2.390 quilômetros de diâmetro.
A New Horizons pode também tirar a dúvida sobre o que consistem alguns dos milhares de objetos no Cinturão de Kuiper. Muitos astrônomos consideram que diversos deles podem ser considerados planetas, mais até do que o próprio Plutão.
Esse distante corpo celeste não apenas é o menor dos planetas do Sistema Solar como é superado até por sete luas: Ganimede, Titã, Calisto, Io, Europa, Tritão e a própria Lua terrestre.